25 outubro, 2017

Filme - A Leoa

Sinopse: Baseado no romance de Erik Fosnes Hansen. Esta é a história de Eva (Mathilde Thomine Storm), uma mulher que nasceu com uma rara condição genética que faz com que pelos nasçam em grandes quantidades por todo seu corpo. Ela, então, precisou e ainda precisa superar o preconceito da sociedade e os desafios impostos por sua condição.

Assim que vi o filme na Netflix fiquei bastante curiosa para conhecer a história, imaginava que seria algo tipo um documentário, mas o filme é um drama com um toque de romance, resolvi assistir, mas sem nenhuma expectativa de que seria algo tão bom, o filme terminou e fiquei um tempo maravilhada recordando algumas imagens e muito, mas muito satisfeita por ter dado uma chance ao filme, um dos melhores filmes que assisti esse ano, amei.


Eva Arctander nasce com uma característica que faz com que seu pai faça de tudo para escondê-la. Sua mãe morreu logo após o parto e seu pai deveria criar a menina agora, mas sentia certa resistência em aceitar a menina que nasceu coberta de pelos. Nós vamos acompanhar o crescimento de Eva, tudo pelo que ela passou quando resolveu que era hora de frequentar a escola, a rejeição, o bullying.


O pai de Eva a proibia de sair de casa e até mesmo se aproximar das janelas, ela tinha uma cuidadora que gostava muito dela e sempre batia de frente com o seu pai, ela dizia que a menina precisava sair, conhecer outras pessoas, tomar sol, mas seu pai sempre relutante proibia, conforme a história vai evoluindo o pai vai sendo conquistado a tentar fazer coisas diferentes vamos entender o porque de ele proteger tanto Eva, na verdade ele não queria que ela passasse por situações humilhantes, pois nem todos entendiam ou aceitavam ela ser diferente.


Eva é uma personagem cativante, ela me conquistou logo no início e eu torci muito para que ela superasse tudo pelo que passou na infância e adolescência e encontrasse um final realmente digno de sua força e esse final é emocionante.

Recomendo, a história é linda, cativante, envolvente e emocionante. 


04 outubro, 2017

Resenha - Inferno

Título: Inferno - Robert Langdon #4
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Páginas: 448
Ano: 2013
Gênero: Mistério/Ação/Ficção Científica
Sinopse: Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônios" e "O Símbolo Perdido" e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento.
No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado numa das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri.
Numa corrida contra o tempo, ele luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo poema de Dante, e mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.
Inferno é o quarto livro do autor Dan Brown em que o personagem Robert Langdon é o protagonista, eu sou apaixonada pelos livros do autor, sei que alguns leitores não gostam por ele fazer muitas descrições e é justamente isso que gosto nos livros dele, eu consigo me sentir presente no cenário onde tudo acontece.

A história começa com Robert Langdon acordando em um hospital e não consegue se lembrar de como chegou lá e nem dos últimos acontecimentos, conforme ele vai forçando a memória alguns flashes vão aparecendo e ele se lembra de estar no campus de Harvard, mas percebe que está agora em Florença e não entende como chegou ali. Uma assassina chamada Vayentha vai até o hospital e mata o Dr. Marconi, a doutora Brooks ajuda Robert a fugir e o leva para seu apartamento, a partir desse momento a história começa a ter um ritmo alucinante, é dada a largada para muita ação e muitas reviravoltas, a missão de Robert Langdon é decifrar um poema deixado por um geneticista devoto de Dante, Bertrand Zobrist, que acredita ter encontrado a fórmula para resolver a questão do aumento descontrolado da população.


A descrição dos locais históricos faz o leitor criar a imagem desses lugares na mente e viajar junto com o personagem. A leitura fluiu de forma muito rápida, envolvente, os capítulos são curtos e a cada virada de página eu ficava mais e mais concentrada na leitura e não via a hora de chegar ao final para saber como tudo seria resolvido. Uma trama muito bem elaborada que envolve história, ação, mistério e ciência.

Leitura recomendada!!


22 setembro, 2017

Resenha Premiada - Mundos Paralelos: A Ponte

Título: Mundos Paralelos: A Ponte - Mundos Paralelos #1
Autora: Rosana Ouriques
Editora: Insular
Páginas: 226
Ano: 2017
Gênero: Fantasia/Romance/Literatura Nacional

Sinopse: Obra inspirada nos mitos de diversas culturas e na teoria do Multiverso, os universos paralelos.
Quatro mundos paralelos: o Mundo superior "Terra Pura", morada dos deuses-guardiões dos elementos; o mundo inferior "Terra Sombria", morada dos seres híbridos e antropomórficos, o mundo interior "Terra Sem Males", habitação dos morbitanos e o mundos paralelo "Terra da Ilusão" onde vive nossa personagem principal Angak. Uma história que pode despertar no leitor uma busca pelo sentido da vida. Essa busca é apresentada como um caminho de questionamentos e possibilidades que aquiescem com os conceitos das principais tradições religiosas da antiguidade e por considerações da atualidade. Uma leitura fascinante cheia de aventuras e fantasia.
Mundos Paralelos: A Ponte é o primeiro livro da série Mundos Paralelos. Vamos conhecer Angak, Anah, Nandecy e outros personagens que fazem parte da trama criada.

 Angak é uma jovem muito curiosa, quer sempre saber mais e se interessa pelos mistérios que envolvem os mitos e as lendas, ela está sempre procurando conhecer mais sobre outros mundos. Os avós e pais de Angak colecionavam vários artigos religiosos e quando ela resolvia mexer naqueles artefatos, ela ficava horas no porão. Ela é especial, tem o dom da segunda visão que todos acreditavam que somente os anciãos poderiam ter. As visões que ela tem a deixam confusa, nem sempre ela entende o que elas significam. A irmã de Angak é uma sacerdotisa da terra, ela cultiva todo tipo de plantas e o que mais gosta de fazer é ficar na sua estufa cuidando de todo as espécies. 

Dentro de um mesmo capítulo vamos ver o que está acontecendo no mundo de Angak e também o que se passa nos mundos paralelos, nos mundos inferior e superior. Os seres do mundo superior recebem uma mensagem, nela diz que os seres do mundo inferior estão atravessando a ponte que da acesso ao mundo dos humanos, os filhos de Asha, o guardião do fogo, é que irão atrás dos seres inferiores para impedir que eles encontrem Angak, mas  eles não conseguem impedir que os seres inferiores a encontrem.

Angak passa por momentos tristes, se sente sem força para lutar contra o que a está fazendo se sentir assim, mas com a ajuda de sua irmã Anah e Nandecy, ela começa se recuperar e logo estará pronta para as revelações que estão por vir.
⎼ Minha querida. É bem verdade que lhe fizeram mal, mas cada um de nós possui dentro de si duas naturezas: o bem e também o mal; a fraqueza e também a força. É você quem decide qual natureza estará no comando, quem será o chefe. E não esqueça: o poder pertence àquele que o deseja. Para ser forte é preciso primeiro desejar. Acreditar.
Nandecy conta algumas histórias para Angak, ela fica fascinada e nem imagina que tudo aquilo é verdadeiro, ela conta a história sobre o Deus da Terra que se transformou em mulher e que sua missão é passar um bracelete para uma pessoa muito especial, quem receber esse presente terá o dom dos quatro guardiões e Angak jamais imaginou que era ela quem receberia o bracelete, ela é a chave para algo maior, algo que ela jamais imaginou que faria parte. 
As palavras de Nandecy  lhe soaram aos ouvidos como se tivessem sido ditas a apenas uns poucos segundos: o deus do fogo faz com que a pessoa seja capaz de transformar-se em um animal ou planta, o deus do ar da à pessoa a capacidade de voar, o deus da terra concede o poder de camuflar-se ficando praticamente invisível, e o deus da água faz a pessoa tornar-se translúcida sendo possível ainda vê-la, mas impossível tocá-la ou atingi-la de qualquer forma.
A autora criou uma trama complexa que em alguns momentos eu tive que parar a leitura e organizar as ideias, pois eu me via um pouco perdida em meio aos mundos paralelos, mas isso é algo que acontece sempre comigo com tramas elaboradas dessa maneira. Angak não me conquistou de cara, confesso que achei ela um pouco fraca no início, mas conforme fui conhecendo mais da personagem fui me envolvendo um pouco mais, quem mais chamou a minha atenção foi Nandecy e quando ela revela quem é de verdade fiquei mais fascinada.

A leitura fluiu de uma forma um pouco cansativa às vezes, quando algo interessante acontecia e eu imaginava que a leitura tomaria um ritmo mais fluido, Angak começava a divagar, pensar e a filosofia de todos esses pensamentos fazia quebrar o ritmo da leitura. A editora não teve muito cuidado com a revisão, encontrei vários erros. O tempo em que se passa a história não é descrito, em alguns momentos pensei na era medieval devido algumas características citadas, mas depois me deparava com outras características que me fazia pensar que não era nada do que pensava, isso também me fez ficar um pouco perdida.  A autora me disse que o segundo livro vai ser menos filosófico que esse, com relação aos erros, ela disse que uma revisão foi feita para a segunda edição. O tempo em que se passa a trama vai ser revelado nos próximos livros, gostei que a autora falou comigo sobre esses pontos negativo, isso demonstra que ela está preparada para receber as criticas de forma positiva e fazer o que for possível para que os próximos lançamentos agradem cada vez mais os leitores.

Eu recomendo o livro independente da classificação que tenha dado, e claro que eu quero ler a continuação, pois é incrível a trama que a autora criou, quero saber o que vai acontecer com Angak e os outros personagens.


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15 setembro, 2017

Resenha - Presos que Menstruam

Título: Presos que Menstruam
Autora: Nana Queiroz
Editora: Record
Páginas: 294
Ano: 2015
Gênero: Jornalismo/Literatura Nacional
Sinopse: Carandiru feminino. A brutal vida das mulheres tratadas como homens nas prisões brasileiras.
Grande reportagem sobre o cotidiano das prisões femininas no Brasil, um tabu neste país, Nana Queiroz alcança o que é esperado do futuro do jornalismo: ao ouvir e dar voz às presas (e às famílias delas), desde os episódios que as levaram à cadeia até o cotidiano no cárcere, a autora costura e ilumina o mais completo e ambicioso panorama da vida de uma presidiária brasileira. Um livro obrigatório à compreensão de que não se pode falar da miséria do sistema carcerário brasileiro sem incorporar e discutir sua porção invisível.
Presos que menstruam, trabalho que inaugura mais um campo de investigação não idealizado sobre a feminilidade, é reportagem que cumpre o que promete desde a pancada do título: os nós da sociedade brasileira não deixarão de existir por simples ocultação – senão apenas com enfrentamento.
Já fazia um bom tempo que queria ler esse livro, já que assuntos como esse sempre chamam a minha atenção, quando comecei a leitura senti que estava entrando em mundo completamente diferente do que eu imaginava.

Nana Queiroz faz o leitor conhecer como é o dia a dia de mulheres que estão na cadeia, quais foram os seus crimes, qual a sua pena e como são tratadas enquanto estão ali. Em muitos momentos a leitura fez com que eu respirasse fundo, desse uma pausa antes de continuar e isso não acontecia por causa da escrita da autora, pelo contrario sua escrita é leve, fluida, faz a gente quer ler cada vez mais, deixa o leitor curioso, o que é pesado é o tema tratado e principalmente o que mais me chocou é como essas mulheres eram tratadas.

Sei que muitas pessoas devem ter a seguinte opinião: ah elas cometeram um crime tem mais é que apodrecer na cadeia, não devemos ver elas como vítimas, coitadinhas. Eu confesso que a minha opinião é bem diferente dessa citada, pois conforme vamos lendo e conhecendo as personagens centrais dessa história vamos percebendo que muitas vezes os crimes cometidos são efeito de um mundo no qual elas vivem. Em muitos momentos tentei me colocar no lugar delas para perceber o porquê de elas terem tomado àquelas atitudes.
 
Muitas acabam indo presas porque assumem o trabalho do marido, ou seja, a venda de drogas, o marido é preso e elas precisam de dinheiro e acabam entrando para a vida do trafico. Se coloca no lugar de uma mulher que é agredida praticamente todos os dias, será que você aguentaria isso para o resto da vida ou tentaria desesperadamente dar um fim?
Quando um homem é preso, comumente sua família continua em casa, aguardando seu regresso. Quando uma mulher é presa, a história corriqueira é: ela perde o marido e a casa, os filhos são distribuídos entre familiares e abrigos. Enquanto o homem volta para um mundo que já o espera, ela sai e tem que reconstruir seu mundo.
O tratamento que elas recebem na prisão não é nada digno para se reabilitar uma pessoa, são humilhadas, maltratadas, independente de qual crime tenha cometido, seus direitos mínimos são ignorados.

Eu não estou dizendo que elas são vítimas e tal, só acredito que um tratamento adequado traria resultados mais positivos, elas devem sim pagar por seus crimes, mas de forma digna e que isso ajude elas a voltar para a sociedade de forma reabilitada, muitas dessas mulheres nunca mais terão a chance de um futuro diferente do que era sua vida antes, muitas saem da prisão e voltam para a vida anterior.

Esse é um livro que todos deveriam ler, para ter uma visão real do que acontece nas prisões femininas, uma leitura marcante, chocante e que eu recomendo.
A mãe e o padrasto não reconheciam o esforço como mérito, mas como uma responsabilidade natural dos seres humanos. Essa história de gastar a vida na escola era uma frescura à qual nenhum deles podia se dar ao luxo. Safira internalizou aquela visão de mundo, largou a escola aos 14 anos e se convenceu de que as pessoas batalhadoras, com esforço suficiente, sempre chegariam aonde quisessem. Com ela não seria diferente.
A realidade violentou suas expectativas e sua inocência. Safira acabou procurando exatamente o tipo de homem que reproduzia o lar no qual ela tinha crescido. Na primeira vez em que ele a acertou com tapa na cara, três meses após a mudança, Safira era ainda uma menina.

De repente, como nessas iluminações de santos, se deu conta de que estava reproduzindo os passos da mãe. A rotina violenta e desrespeitosa a que sujeitava seu menino não era melhor do que a mãe lhe havia dado com o padrasto. “Eu vou embora, não quero que meu filho seja criado da mesma forma que eu”, disse para si mesma.

Com Pedro no colo, 18 anos recém-completados, sem emprego, Safira entrou em colapso emocional. Foi acolhida por uma amiga, depois outra, de casa em casa, emprego em emprego. O salário era pouco, o favor dos amigos estava sempre para acabar.

Safira passou a levantar todos os dias às 5 horas da manhã para empacotar as sacolas de compras da classe média. Embrulhava todos os dias coisas que tinha desejo de comer, biscoitos que adoraria levar para o filho. Tentava não pensar muito na água na boca ou no aperto no estômago e lembrar que os batalhadores sempre alcançavam alguma coisa — nem que fosse um pacote de bolachas recheadas.

Quinze dias depois dessa rotina, ela chegou em casa cansada e, com fome, e foi abrir os armários para cozinhar algo. Estavam vazios. As fraldas haviam acabado, o leite também. Ela ia buscar seu bebê em minutos na casa da irmã. Imaginou o choro de fome dele. Ficou nervosa, começou a tremer. Precisava de um copo de água com açúcar.